terça-feira, outubro 27, 2020

Livre associação de ideias



O bom de acompanhar o crescimento de mais de uma criança é perceber quão diferentes são os caminhos de raciocínio de cada uma. Hoje tivemos mais um desses exemplos.

Miguel sempre aprendeu palavras novas por associação de ideias. Então, quando confundia alguma palavra era sempre por outra de significado semelhante. Uma vez nos disse que queria comer "macarrão de consertar". Queria macarrão parafuso. Numa outra, quando falávamos do Distrito Federal, ele saiu com "cidades antenas" para citar as cidades satélites.

Mariano, por sua vez, faz a associação com palavras de sons semelhantes. Ele pediu outro dia para irmos num "rodeio de pizza". Era rodízio, claro. E sua pizza preferida é a de "marshmallow". Era para ser mussarela. 

Hoje, ele conversava com o pai quando disse que tinha "arrancado uma semana de férias". O pai ficou sem entender nada.

 - Não seria "arranjado", Mari?

- Sim, eu arranjei uma semana de férias.

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domingo, junho 29, 2008

A gramática da infância

Aprender Português é uma arte. Que nossos pimpolhos adotam de uma maneira mais que peculiar. A descoberta do Miguel agora é que substantivos se transformam em verbos – basta colocar a terminação “AR” no final de cada palavra. E ele não cansa de exercitar: “abajuzar”, para acender o abajur; “cavalar”, para andar a cavalo; “escurar”, para pintar de escuro um desenho claro.

Mas o melhor mesmo são as classificações de gênero. Quando eu era pequena, chamava vovô e vavá. Afinal, a mulher do vovô não poderia ter nome terminado em “o”. o raciocínio parece ser genético. Impaciente com minha estupidez, Miguel me explicou: quem leva doces para a vovozinha é a ChapeuzihA VermelhA, porque ela é uma me-ni-na!!

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