Meu coração está literalmente partido em dois.
Aceitei uma proposta de emprego praticamente irrecusável, para trabalhar com uma ótima parceira profissional, num trabalho legal, desafiador e divertido. Uma oportunidade profissional imperdível. Estou feliz, animada, com aquele friozinho na barriga da ansiedade boa.
Por outro lado, irei trabalhar o dia inteiro. E, por isso, ficar longe do Miguel. Cada vez que penso nisso, tenho vontade de chorar. Não consigo imaginar como será passar o dia inteiro sem dar beijinhos naquela coisinha, sem trocar fralda, colocar para dormir, dar comida ou simplesmente brincar com ele. Sem falar do medo (irracional, eu sei) que fico dele me esquecer, não mais me amar como antes, de eu deixar de ser importante para ele. Mesmo tendo voltado ao trabalho, não devo ter passado, nesses seis meses, mais do que cinco horas longe. E agora...
Me diz, isso é justo? Para voltar a ser profissional, eu tenho de deixar de ser mãezona. Para ser mãe integral, eu tenho de abandonar a vida profissional... Sei que milhares de mulheres passaram, passam e vão continuar passando por isso, que todas sobreviveram e sobreviverão, assim como seus amados pimpolhos. Mas nada disso me consola, sinto muito.
Já vi que passarei as minhas horas de folga grudada no meu fofucho... E se eu não tomar cuidado, vou acabar virando aquelas mães pra lá de permissivas, que não educam os filhos para não “gastar” o pouco tempo que tem com eles dando broncas... Ai, ai. Que eu sobreviva.