Setor de grávidas
Ok, casamento passou, enjôo passou, vida voltou ao normal. E eu voltei a ter vontade de sair. Já bem menos modesta do que antes, uma vez que me conformei com as minhas limitações físicas – minha barriga e minha falta de equilíbrio impedem contatos humanos muito próximos. Traduzindo: não posso encarar muvucas, pistas de danças badaladas, terrenos acidentados, shows de grande porte. Então, estou tentando sair para lugares lights.
Mesmo assim, ainda tentei encarar uma festinha. Mansão Ferrugem, rock and roll, gente alternativa. A minha cara. Quer dizer, a minha cara antiga. Odiei tudo. Uma pirralhada (ai, meu deus, gente com 25 anos agora é pirralho??), uma festa vazia, um povo alternativo demais. Levei 30 minutos para me convencer de que tinha sido produção, viagem e dinheiro perdidos. A festa tava uma droga. E o meu processo de tolerância pior ainda.
Fui então assistir o Episódio final de Guerra nas Estrelas. Ótimo! Mas numa sessão às duas da tarde. Na platéia, eu, outra grávida e a minha obstetra. Tsc, tsc, tsc. Mais família impossível. No dia seguinte, fui a uma festa junina de igreja. Comidinha boa, esquema gente do bem. E mais uma vez estávamos eu e umas outras cinco grávidas. Em um momento, sentada nas mesinhas (sim, enquanto grávida, não dá para ficar em pé o tempo inteiro, né?), me dei conta. Ao meu redor, outras três futuras mamães como eu. Era um tal de “amor, traz uma maçã do amor?”, “amor, traz canjica!”, “amor, ainda tem churrasquinho?”... Ao mesmo tempo que me total adaptada, alguma coisa dentro de mim estava fora do lugar.
Ok, era onde eu deveria estar mesmo, entre iguais. Mas será que eu não vou ter mais salvação? De baladas homéricas e moderninhas, no subsolo do Conic, minha vida social agora vai se resumir à festa junina animada pela banda Jesus 40, ao lado de mais um bando de mães????????
Estou em momento de reflexão profunda. Me salvem.
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