Pais zelosos, pacientes chatos
Desde que ficou com a garganta inflamada, há umas três semanas, Miguel não para de tossir. Pais zelosos que somos, apesar do acompanhamento do pediatra, decidimos procurar um pneumologista para dar uma segunda opinião (nada como um especialista para cuidar do caso, né?)
Pois bem. Todas as indicações que recebemos tratavam da mesma médica. Mas como ela só atende consultas particulares, achamos por bem (leia-se, por conta da grana mesmo) procurar um médico do convênio. Depois de muita busca, achamos no site da Sociedade de Pneumologia, uma pneumo-pediatra que aceitava nosso plano de saúde. E lá fomos nós.
Em 15 minutos de consulta, a médica deu os possíveis diagnósticos. Ou meu bebê tinha refluxo ou alergia a leite de vaca. Para os que não sabem o que é refluxo – é um problema naquelas válvulinhas do esôfago e pulmão que não fecham direito e acabam deixando a comida entrar no pulmão e não no estômago. Para descobrir se era isso mesmo, Miguel teria de fazer uma espécie de Raio X, com direito a contraste injetado pela boca e o escambau. Enquanto não se decidisse o diagnóstico exato e a alergia fosse uma opção, eu teria de parar de tomar leite de vaca ou qualquer um de seus derivados – margarina incluída na lista.
Terror e pânico?! Sim, até seria. Se não fosse por um detalhe. Como bem demonstrou uma matéria da Veja esses dias, os pacientes de hoje não são mais passivos como os de antigamente. Principalmente depois que a internet se transformou em uma enorme fonte de informação sobre doenças, sintomas e tratamentos. Graças a ela – e as inúmeras horas que passamos, eu e marido, lendo e pesquisando sobre bebês em sites especializados – sabíamos que o principal sintoma das duas doenças é o vômito constante, e não a tosse. Além disso, em qualquer dos casos, o bebê não se alimenta direito, perde peso e chora insistentemente.
Qualquer pessoa que conheça meu gatinho, inclusive o pediatra dele, sabe que:
1- Ele come. E muito.
2- Ele tem apenas dois meses. E tamanho de bebê de quase quatro.
3- Ele não chora insistentemente. Ao contrário, é o mais amorzinho de todos.
Coisas que fazem ser praticamente impossível ele ter algum desses problemas.
Saímos frustrados. É horrível a sensação de que se está ouvindo – teoricamente de um especialista – um monte de diagnósticos “chutados” sem nenhum fundamento. (sim, porque apesar das duas “opções”, a médica ainda manteve o remédio que o pediatra passou e incluiu uma nebulização – com remédios fortes, claro).
Enfim. Vamos deixar de lado a economia e marcar logo com a tal pneumo bam-bam-bam. E confiar mais no nosso pediatra.
P.S. E para alegria geral, a tosse do Miguel tá melhorando.
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